quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Avatar - Uma Nova Opinião

Ainda não fui ver Avatar ( confesso que não é uma das minhas prioridades no momento ) mas não da pra ignorar o barulho que ele vem fazendo por aí. Na realidade o barulho nem vem dele e sim dos que o assistiram. É realmente interessante ver a imensa 'troca de farpas' na NET entre os que adoraram e os que odiaram Avatar.

De tanto ler a respeito acabei achando esse texto bem interessante, um dos poucos que consegue ser, como direi.. neutro. Por isso resolvi postá-lo assim como fiz com o texto de Carol Almeida e Márcia Pereira do Terra ( outro muito interessante ). O texto é do Eudes do super blog Rapadura Açucarada ( vale a pena uma visitinha )

"AVATAR: TÃO BOM E TÃO RUIM

A certa altura de Avatar em 3D, eu me desvio instintivamente de uma granada lançada em "minha" direção. Suplico que ninguém tenha percebido tal mico.

O filme me engoliu para dentro dele. Fui levado pelos efeitos especiais e pelos efeitos em 3D. Porém, eu mesmo não consegui engolir, e muito menos digerir o filme. Todos os meus medos prévios, quanto a história, se confirmaram. Tudo é tão clichê, mas tão clichê, que dói no cérebro. De repente você vira um vidente que adivinha tudo que vai acontecer no minuto seguinte.

Cameron parece travar uma guerra com o espectador. Suas armas são os efeitos especiais. Sua luta, impedir que o espectador saia da sala, bombardeando-o com trocentos efeitos especiais de primeira geração, para evitar que se perceba o quanto a história é fraca, baseada em, quem sabe, dezenas de filmes anteriores. E não é brincadeira, podemos enumerá-los sem parar.

As pessoas zombavam por causa da cor e comparavam os personagens aos nostálgicos Smurfs. Claro que se esperava que fosse apenas brincadeira. Porém, não eram smurfs, mas chegaram bem perto:

"Numa floresta, criaturas mágicas pedem ajuda a um humano quando vêem a ameaça de destruição por causa de máquinas e tratores. O drama se torna maior quando uma árvore que está para ser derrubada pode libertar o espírito do mal."

A sinopse acima é do desenho animado em longa-metragem Ferngully: As Aventuras de Zack e Crysta na Floresta Tropical que, por alguma coincidência (ou não), é do mesmo estúdio - 20th Century Fox - que produziu Avatar.

Mas os filmes não param por aí: chegou a se fazer comparações de cenas inteiras entre uma animação digital recente chamada Delgo. A história é diferente, mas muitos elementos se parecem.

Se você é um cinéfilo inveterado, que vê tudo que sai no cinema - ou baixa na Internet - vai acabar conectando o filme a vários outros. Avatar tem elementos de A Princesa Mononoke, do diretor japonês Hayao Myiazaki; já foi comparado a Dança Com Lobos e até mesmo O Último Samurai, filme com Tom Cruise. Matrix também foi citado, talvez por ser o filme mais lembrado atualmente quando o assunto é "O Escolhido". Cameron consegue plagiar até a si mesmo, já que achei alguns maquinários do filme semelhantes aos de Aliens: O Resgate. A presença de Sigourney Weaver só faz o dèja vu ser mais forte.

No meu caso - enquanto assistia ao filme, e tentava não pensar nisso e dar-lhe algum crédito - o que mais me vinha à mente era Pocahontas. O filme era tão Pocahontas que esperava que a qualquer momento os personagens centrais fosse correr pelo vento cantando alguma música disneyana.

Acho que os cinéfilos que insistirem em ver o filme vão conectar o filme mais a uns que a outros. A coisa do protagonista ter de aprender os costumes de uma "tribo", aprender a lidar com a "mãe-natureza", tudo isso ajudado pela FILHA DO CHEFE... provocando ciúmes em um dos guerreiros, bom, é Pocahontas, né?

Olhando a figura acima de Pocahontas e John Smith, com a árvore sorrindo, me lembrei de mais uma coisa, há uma árvore sagrada envolvida também. Nossa!

Me pergunto qual o limite entre a referência e o plágio. Matrix usou e abusou de referências, sendo algumas vezes acusado de plágio. Talvez seja o modo como se conta a história, usando as referências para pontuar e não para seguir linearmente, copiando quase que letra por letra, o samba dos outros.

James Cameron é sim, um megalomaníaco. Perdeu a manha de fazer um filme para ser curtido com pipoca e Coca-Cola, e quer fazer filmes para chapar a atenção do espectador. Foi assim em Titanic, a partir da cena do náufrágio e é assim com Avatar, o filme TODO. Assim como George Lucas fez nos novos episódios de Star Wars, Cameron tinha a tecnologia para criar os melhores efeitos especiais e quis provar que podia. A história era o de menos.

Avatar deve levar o Oscar de efeitos especiais, merecido. Mas entrará para a história mesmo será como o filme dos Smurfs.

P.S.: Com tudo isso, aconselho a que vá assistir no cinema e tire suas próprias conclusões."

É o que pretendemos fazer, caro Eudes, mas valeu a opinião!

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