Já se aproxima a data de estreia de Avatar, o filme que promete revolucionar o mundo do cinema. Para falar sobre ele escolhi reproduzir aqui um texto super interessante de Carol Almeida e Márcia Pereira que vi na net a poucos dias:
"O francês Antonie-Laurent Lavoisier era um químico visionário num mundo analógico. O canadense James Cameron é um visionário cineasta em um mundo digital. Mas ambos se encontram na frase mais famosa que Lavoisier proferiu no século XVIII: "Na natureza, nade se perde, nada se cria, tudo se transforma". Substitua "natureza" por "cinema" (ou qualquer arte narrativa) e você tem a receita perfeita para que, de velhos e conhecidos ingredientes, surja um prato inédito, nunca dantes degustado.
Avatar, o filme que pretende mudar a indústria do cinema tal como a conhecemos - segundo seu criador, o diretor visionário supracitado -, nada mais é que uma receita que mistura referências em nossa memória cinematográfica e, com elas, cria um prato cujo cheiro se sente não com o olfato, mas com o único sentido que, agora, mais do que nunca, é totalmente absorvido pelo cinema: o olhar. Confira então a receita dessa produção:
Ingredientes:- sumo de Guerra nas Estrelas- 1 copo (tipo americano) cheio da filmografia de Hayao Miyazaki- 3 colheres de chá de Matrix- 1 pitada de Titanic (obra prévia de Cameron)- 1 pitada de O Segredo do Abismo (outra obra prévia de Cameron)- algumas substâncias químicas alucinógenas, muito populares em boates e que dão todo aquele visual neon na pista de dança- vários, vários mesmo, litros do que há de melhor na computação gráfica em 3D e captação de cenas com tecnologia IMAX.
Modo de preparo:Comece por separar os litros de tecnologia de manipulação da imagem que você vai usar para untar a forma e, somente depois, jogue sobre ela a massa narrativa. Importante observar que essa base de computação gráfica só funciona se você tiver o que há de mais caro em captação de imagem em 3D e IMAX, especiaria que, definitivamente, não se acha no mercadinho mais próximo.
Sobre essa base, despeje um roteiro no melhor estilo Hayao Miyazaki (diretor e alma por trás das animações Princesa Mononoke e A Viagem de Chihiro), recheado de embates maniqueístas do Mal (a tecnologia) contra e o Bem (a natureza). Use as mesmas substâncias de Miyazaki para criar um novo mundo, que aqui pode ser batizar de Pandora - quem se atrever a abrir a caixa que sofra com as consequências -, um planeta completamente novo, pero no mucho. Afinal de contas, a fauna e flora desse novo mundo, embora sejam inéditas aos olhos dos humanos, precisam sempre ter como referencial a flora e fauna do Planeta Terra (cavalos, cachorros e árvores podem ser aqui "adaptados" ou "transformados" como diria Lavoisier).
Use esse conflito-mor entre máquina e natureza como as duas fatias de massa narrativa - tantas vezes explorado por colegas de Cameron (como Luc Besson, em seu Arthur e os Minimoys, só para citar uma referência mais fresca).
Avatar, o filme que pretende mudar a indústria do cinema tal como a conhecemos - segundo seu criador, o diretor visionário supracitado -, nada mais é que uma receita que mistura referências em nossa memória cinematográfica e, com elas, cria um prato cujo cheiro se sente não com o olfato, mas com o único sentido que, agora, mais do que nunca, é totalmente absorvido pelo cinema: o olhar. Confira então a receita dessa produção:
Ingredientes:- sumo de Guerra nas Estrelas- 1 copo (tipo americano) cheio da filmografia de Hayao Miyazaki- 3 colheres de chá de Matrix- 1 pitada de Titanic (obra prévia de Cameron)- 1 pitada de O Segredo do Abismo (outra obra prévia de Cameron)- algumas substâncias químicas alucinógenas, muito populares em boates e que dão todo aquele visual neon na pista de dança- vários, vários mesmo, litros do que há de melhor na computação gráfica em 3D e captação de cenas com tecnologia IMAX.
Modo de preparo:Comece por separar os litros de tecnologia de manipulação da imagem que você vai usar para untar a forma e, somente depois, jogue sobre ela a massa narrativa. Importante observar que essa base de computação gráfica só funciona se você tiver o que há de mais caro em captação de imagem em 3D e IMAX, especiaria que, definitivamente, não se acha no mercadinho mais próximo.
Sobre essa base, despeje um roteiro no melhor estilo Hayao Miyazaki (diretor e alma por trás das animações Princesa Mononoke e A Viagem de Chihiro), recheado de embates maniqueístas do Mal (a tecnologia) contra e o Bem (a natureza). Use as mesmas substâncias de Miyazaki para criar um novo mundo, que aqui pode ser batizar de Pandora - quem se atrever a abrir a caixa que sofra com as consequências -, um planeta completamente novo, pero no mucho. Afinal de contas, a fauna e flora desse novo mundo, embora sejam inéditas aos olhos dos humanos, precisam sempre ter como referencial a flora e fauna do Planeta Terra (cavalos, cachorros e árvores podem ser aqui "adaptados" ou "transformados" como diria Lavoisier).
Use esse conflito-mor entre máquina e natureza como as duas fatias de massa narrativa - tantas vezes explorado por colegas de Cameron (como Luc Besson, em seu Arthur e os Minimoys, só para citar uma referência mais fresca).
Entre essas duas camadas de poderoso carboidrato, coloque o ser humano em dilema antropológico sobre o certo e o errado, o orgânico e o ciborgue, o real e o fantasioso.
Despeje sobre a forma o sumo de Guerra nas Estrelas para criar todas as cenas de conflitos intergalácticos entre o "nós" e o os "outros". Terráqueos x alienígenas em épicas cenas de batalhas onde as armas, graças àquela base de tecnologia que você usou previamente, disparam contra o próprio espectador - que, já com 10 minutos de filme, se sente fazendo parte do filme.
Simultaneamente, coloque no liquidificador não apenas o conflito maior de Matrix (homem x computador), mas também os elementos de Neo, o grande salvador, o escolhido, que aqui será batizado de Jake Sully (papel do australiano de olhar glicosado Sam Worthington - uma delícia necessária à receita, como a cereja do bolo). Ele é o rapaz que, no mundo "real", frio e cinza, é paraplégico; e "lá fora", onde é quente e colorido, ele se transforma num humanóide azul, de 3 metros de altura, com todas as capacidades motoras em perfeito funcionamento.
Espere até essa mistura ficar consistente e, finalmente, use a aguardada cena de sexo tipicamente Titanic. Sim, porque lembrem que após Leonardo DiCaprio e Kate Winslet finalmente consumarem seu amor em Titanic, eis que o navio gigante bateu num iceberg. Em Avatar, os icebergs são montanhas flutuantes, mas não são elas que vão se chocar contra a felicidade geral da nação. Depois do sexo, a tragédia iminente toma a forma de disparos em dolby surround mesmo.
Feito tudo isso, basta jogar esses ingredientes em forno alto agora e esperar que a imagem do prato se projete para além do vidro do forno e alcance seus olhos, como se fosse, vejam só, uma imagem real, tridimensional.
Rendimento (esperado): milhões e milhões de ingressos vendidos. Ao menos é o que o autor desta receita, o transformador James Cameron, espera a partir da próxima sexta-feira (18), quando Avatar estreia nos cinemas de todo o mundo, inclusive aqui (com cerca de 110 cópias em 3D das 500 disponíveis nos cinemas brasileiros). Aliás, procure uma sala que ofereça esse recurso tridimensional. Vale muito a pena."
Esse texto me deixou com muita vontade de ir assistir, e você?
Nenhum comentário:
Postar um comentário