quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Revolução Panini Pt1


Nós do Blog TOP GIBI sempre procuramos falar aqui sobre GIBIs buscando assuntos curiosos, e com uma linguagem descontraída e divertida. Mas hoje é dia de falar sério.





A Revolução Panini Pt1



A REVOLUÇÃO - O QUE É?



De acordo com a Panini, uma reestruturação na linha editorial dos GIBIs Marvel/DC publicados por ela, visando baratear o custo para os seus leitores.



MARVEL
Hoje temos 10 títulos: Homem-Aranha, Marvel Millennium - Homem Aranha, X-Men, X-Men Extra, Wolverine, Novos Vingadores, Avante, Vingadores!, Reinado Sombrio, Marvel Max e Universo Marvel.
Todos mensais e tinham 100 páginas por R$ 7,95 e mix com 4 histórias



Com a reformulação ficam 11 títulos:
7 gibis mensais de 76 páginas - R$6,50 e mix com 3 histórias
Homem-Aranha
X-Men
Wolverine
Novos Vingadores
Reinado Sombrio
Ultimate Marvel ( Nova - Que na prática substitui Marvel Millennium - Homem Aranha )
Homem de Ferro ( Nova - Que na prática substitui Marvel Max )



2 gibis mensais de 148 páginas - R$14,90 e mix com 6 histórias
Universo Marvel
X-Men Extra



2 gibis bimestrais de 148 páginas - R$14,90 e mix com 6 histórias
Avante, Vingadores!
A Teia do Homem-Aranha ( essa realmente nova )
 
DC
Hoje 'temos' 6 títulos:Superman, Batman, Liga da Justiça, Dimensão DC - Lanterna Verde, Novos Titãs que acabou em abril e Superman & Batman que acabou em fevereiro .
Todos mensais e tinham 100 páginas por R$ 7,95 e mix com 4 histórias



Com a reformulação ficam 6 títulos:
4 gibis mensais de 76 páginas - R$6,50 e mix com 3 histórias
Superman
Batman
Liga da Justiça
Dimensão DC - Lanterna Verde



2 gibis mensais de 148 páginas - R$14,90 e mix com 6 histórias


Universo DC ( que já existiu e volta com nova numeração para o lugar de Novos Titãs )
A Sombra do Batman ( que vem para o lugar de Superman & Batman )
 


A ENTREVISTA






Ontem recebemos um e-mail do nosso amigo Mr.G com um link para esa entrevista dada ao site Omelete por Hélcio de Carvalho editor da Panini Comics. Pra muitos é uma entrevista duvidosa, onde o editor procura falar pouco, mas se prestarmos atenção veremos que essa entrevista diz muito:


Para que os leitores e amigos do Blog TOP GIBI possam entender claramente o que foi falado e analizar junto conosco o que foi 'dito' exibiremos abaixo a entrevista na íntegra.






Editor da Panini Comics explica mudanças e rebate críticas de leitores
Helcio de Carvalho concede entrevista exclusiva ao Omelete
13 de Abril de 2010



Érico Assis



OMELETE: Qual é o perfil do leitor brasileiro de quadrinhos? Por que essas mudanças se adaptam a esse perfil?
Helcio de Carvalho: O leitor de quadrinhos médio brasileiro tem entre 15 e 35 anos. Costuma comprar quase todas as edições mensais publicadas pela Panini, bem como algumas edições especiais. Logicamente, com revistas mais baratas, ele terá a opção de consumir mais. E há também aquele leitor que passa de vez em quando por uma banca de jornal só para dar uma olhada no que vem sendo publicado. Se algum título o atrai e apresenta um preço convidativo, muito certamente ele sai da banca levando a revista.





OMELETE: Na ponta do lápis, as mudanças representam um aumento de preço em relação à quantidade de conteúdo. Gibi mais barato, mesmo com menos páginas, vende mais? E por quê?
Helcio de Carvalho: A maioria dos leitores já deixou bem claro que compraria mais se as revistas fossem mais baratas. Entretanto, reduzir a quantidade de páginas não significa apenas dividir o valor do custo da revista com mais páginas e multiplicar pela quantidade de páginas da revista de menor número. O custo gráfico de uma publicação varia de acordo com a quantidade de páginas, mas é evidente que a diminuição de preço é muito mais atrativa para aquele leitor que está acostumado a desembolsar uma certa quantia em dinheiro e que acaba não ficando satisfeito por encontrar histórias de personagens que não curte tanto assim. Então, ao reduzirmos a estrutura das revistas para 3 histórias por edição, estamos deixando o mix mais de acordo com o que o leitor aprecia.




OMELETE: Mesmo com a baixa do dólar, o preço de produzir quadrinhos aumentou? Por quê?
Helcio de Carvalho: Bom, o preço da gasolina e do álcool aumentam constantemente e não baixam só porque o dólar ficou mais barato. Outros custos são envolvidos nessa equação. Vamos exemplificar: temos a gráfica, com seus funcionários e seus custos operacionais, importação de papel, custos editoriais, custos fiscais, impostos e taxas, custos de distribuição, custos de divulgação, pagamento aos donos de bancas e livrarias, custos de arquivos digitais, pagamentos de royalties, compra de softwares originais, aquisição e atualização de equipamentos...
Produzir quadrinhos não é barato. Em lugar nenhum do mundo. É só colocar na ponta do lápis que qualquer um pode ver isso. Tanto a Marvel quanto a DC Comics aumentaram recentemente o valor de suas revistas, as quais têm apenas 36 páginas (incluindo as capas), podendo chegar a U$ 3,99, o que, convertido pela cotação mais baixa do dólar, daria por volta de R$ 6,95. Detalhe: são apenas 22 páginas de quadrinhos! Uma revista mensal da Panini como Superman, por exemplo, passará a custar R$ 6,50, apresentando 3 histórias. Se um leitor comprasse três revistas importadas, teria que desembolsar R$ 20,85. Veja que diferença brutal! Então, sim, os leitores saem ganhando com isso. Por último, não podemos esquecer que a Panini manteve suas revistas sem rajustar preços de 2005 até 2008 -- fato absolutamente inédito nesta país.




OMELETE: Os leitores reclamam muito do atraso de material, principalmente de edições especiais, encadernados e outros. Por que isso acontece e quais são os planos para remediar este problema?
Helcio de Carvalho: Edições especiais costumam atrasar por diversos motivos que fogem à nossa vontade. Por exemplo, em certa ocasião, decidimos publicar um material antigo da Marvel. Porém, perto da época de tradução e letreirameno, fomos surpreendidos com a notícia de que a editora americana não tinha os arquivos digitais e estava digitalizando a publicação naquele momento. Ou seja, tivemos de esperar. Em outros casos, como a minissérie "Grandes Astros: Batman & Robin", tomamos a decisão de publicar depois que já tinham sido lançadas várias edições. Infelizmente, o roteirista Frank Miller parou de produzir histórias e o artista Jim Lee afirmou que só voltaria a desenhar quando tivesse o roteiro de duas edições completas. Graças a Deus, parece que finalmente estão acertando isso lá na DC.
De qualquer forma, uma medida que adotamos para sanar certos problemas foi publicar apenas o que já tivesse arquivos digitais. E, principalmente, arquivos digitais de títulos lançados ou republicados há não muito tempo, pois existe uma grande diferença na forma como certas edições são digitalizadas. Em produtos mais recentes, a arte recebe um tratamento melhor e chega até a passar por recolorização.





OMELETE: Outra reclamação é a opção por capa dura em lançamentos para livraria, que encarecem material (como Preacher, ZDM e outros) que no original não recebiam esse tratamento gráfico. Por que manter essa opção?
Helcio de Carvalho: Isso é relativo, já que Preacher está saindo recentemente nos Estados Unidos somente em capa dura. E há também o fato de que a Panini decidiu atuar no segmento de livrarias com um diferencial na qualidade gráfica. O público de banca e o de livraria já demonstrou ser diferente, mais exigente. Daqui para a frente, alguns produtos designados para livrarias e lojas especializados poderão sofrer uma flexibilização no acabamento final. E estamos sempre avaliando formas de reduzir preços. A linha Panini Books com certeza trará boas novidades no curto prazo também.





OMELETE: Outros recursos, como distribuição digital, impressão sob demanda, vendas online direto com a editora ou outros foram considerados? Ou o mercado brasileiro não tem fôlego para sair do tradicional gibi de banca?
Helcio de Carvalho: Além do nosso mercado não comportar essas mudanças, nada se compara a ler um gibi em papel. A grande maioria de nossos leitores prefere comprar seus gibis impressos, para guardá-los na estante, como ítens de colecionador, não em HDs ou aparelhos com recurso de leitura digital. O leitor médio brasileiro não necessariamente tem acesso à Internet em sua residência ou a equipamentos mais sofisticados, como o recente iPad, dependendo de lan houses para acessar o mundo da informática. Se tudo tudo virasse digital, ele com certeza não poderia acompanhar o que publicamos. Impressão sob demanda é uma possibilidade, mas não a curto prazo.




OMELETE: Existe algum dado de quanto a pirataria afeta o mercado de quadrinhos no Brasil? A "revolução" é comparada pelos leitores às mudanças editoriais falhas testadas pela editora Abril nos anos 90 e início deste século. Como a Panini responde a estes comentários?
Helcio de Carvalho: Não temos como mensurar o quanto a pirataria afeta o mercado de quadrinhos. Mas, por exemplo, se alguém escaneia Lanterna Verde #1, disponibiliza na internet e, consequentemente, mais 50 pessoas baixam a revista, 50 exemplares deixam de ser vendidos, pois é pouco provável que quem lê uma revista pirateada và até uma banca para comprar a mesma publicação depois de lida. Citando um outro exemplo, no caso as locadoras de DVDs, muitas estão fechando as portas, pois não conseguem competir com os piratas. O produto pirata não paga impostos, não precisa arcar com custos de funcionários, não precisa investir em marketing e nem se preocupar com qualidade. O pior é que, em última instância, o produto pirata acaba inviabilizando o modelo pirateado e, dentro de algum tempo, pode não existir mais nada para piratear.
É interessante perceber que a grande maioria dos leitores que vão a um site comentar algo sobre quadrinhos (como aconteceu em relação à divulgação das mudanças editoriais da Panini) são leitores de scans e afirmam que já não leem HQs impressas!
Cada período deve ser visto dentro de seu contexto. Quando a Abril lançou a linha Premium, há 10 anos (note bem a distância temporal e histórica), os quadrinhos se tornaram caros demais para aqueles que não tinham um poder de consumo mais elevado. Infelizmente, isso acabou afastando muita gente das HQs e o mercado encolheu. O que a Panini está tentando agora, assim como já fez em outras oportunidades, é trazer cada vez mais leitores a esse universo reduzindo preço de capa, oferecendo ainda mais qualidade em opções de produtos.




A seguir:




A Revolução Panini Pt2
 
OPINIÃO - TOP GIBI
ANALIZANDO A REVOLUÇÃO E A ENTREVISTA




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